Fuga da Guerra Armada em meio à Guerra do Racismo
Logo no início da pandemia de covid-19, após o choque inicial, as pessoas começaram a entender, elaborar e principalmente se adaptar com a nova realidade, que já deixou até o momento, quase 6 milhões de pessoas mortas, e alguns outros milhões com sequelas fisiológicas e /ou emocionais.
As pessoas por sua vez, foram encontrando maneiras de se adaptarem emocionalmente com tudo aquilo. Me lembro muito de pessoas próximas, canais de tv e rádio dizendo basicamente a mesma coisa: “Quando isso tudo terminar, seremos pessoas melhores”.
Algum tempo se passou. Entre escândalos, negacionismos e a chegada das vacinas, estamos em 2022. Se somos pessoas melhores, não sei, porém mais um conflito está acontecendo, não podemos nos esquecer do Afeganistão em 2021.
Uma guerra está declarada entre Rússia e Ucrânia, muitos são os desdobramentos deste confronto, que são importantes, mas não é o foco do texto.
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Quero chamar a sua atenção para um grande detalhe, o racismo.
Pessoas não brancas estão sendo impedidas de deixar a Ucrânia, a preferência está sendo dada a brancos.
Há crianças pretas sendo tiradas à força de vagões para dar lugar a crianças brancas.
Há relatos de pessoas do continente africano, afrodescendentes e indianos, que não estão conseguindo sair da zona de conflito com facilidade.
Tornou-se comum falar sobre racismo e escutar, reclamações, tais como:
“Ah, mas tudo agora é racismo”
“ …é muito mimimi”
Pois é meus caros! O racismo está aí, nunca foi embora. O eugenismo e o neo-nazi-fascismo está crescendo no mundo.
Fizeram de tudo para ridicularizar o sofrimento de minorias, agora, após dois anos de pandemia, chegamos a um conflito em que, quem tem direito a sair da zona da guerra, tem a cor da pele analisada, e a escolha é feita com base no colorismo.
Não pensem que o problema está longe de nós, só porque o leste europeu é do outro lado do globo terrestre, ou “na outra borda da terra plana”.
Essas ideias estão instituídas na sociedade racista e segregacionista em que vivemos.
Ubuntu
Autoria: Samir Dias
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