Pensamento Crítico Salva Vidas
- Postado por Sonia Menezes
- Categorias Cidadania
Salve!
*Sinônimo da palavra salve: livre, liberte, resgate, solte, socorra, acuda, tire, poupe, desentale. Manter a salvo: defenda, proteja, resguarde, preserve, conserve, mantenha, salvaguarde.
Você quer se tornar um ser humano melhor? Quais são os parâmetros para que isso seja verificado? Você sente que seus direitos como ser humano estão bem atendidos? Você percebe diferença entre a maneira como seus direitos estão atendidos em relação a outras pessoas? Qual a sua responsabilidade pela manutenção dessa desigualdade?
Tudo se parece muito grande, quando nos deparamos com temas como esse, de se tornar um ser humano melhor. Existem tantos pontos diferentes de partida, pra pensar sobre isso, que poderíamos ser facilmente surpreendidos por uma sensação de que a resposta seja intangível.
O que podemos fazer?
Minha sugestão é que nos situemos num território potente, de ação. Não somos originais em pensar sobre esse assunto, e dessa forma, podemos beber de conclusões a que chegaram comitês de pensadores, antes de nós. Mais precisamente, convido a tomarmos como parâmetro de régua mais alta, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). Porquê?
Porque os Direitos Humanos visam a garantia da dignidade humana. Isso inclui o reconhecimento, por parte de todos, que todos têm direitos que devem ser garantidos, a exemplo: saúde, educação, moradia, saneamento básico, justiça, emprego, entre outros.
Entendo que as injustiças nos campos físico, moral, psíquico, social e cultural são sustentadas, em grande parte, pelo estado alienado de existência, que reproduz preconceitos limitantes e aprisiona as possibilidades de uma existência emancipada e potente. Preconceitos sequestram a dignidade humana, em todas as pontas.
A identificação inequívoca da multiplicidade de formas de ser e viver, gera uma percepção de alteridade: o reconhecimento de que o Outro existe. Alguém além de mim, e diferente de mim, EXISTE! Ignorar ou lutar contra essa multiforma existencial, incentiva a quebra de direitos, e ameaça o direito constitucional à dignidade humana; e isso não é uma questão de merecimento, é um direito de todos!
Pode ser que algum leitor pense no quanto estar posicionado na vida, em atitude de desmantelar preconceitos, pode ser cansativo, e dessa forma sinta um impulso de recuar, de se abster desse front. A boa notícia é que tem lugar pra todo mundo nessa ação! Pessoas mais ativistas estarão na rua, nos grupos de discussão, nas redes, se posicionando, defendendo causas, pontuais ou gerais. Pessoas mais recatadas, que gostam menos de se expor, ainda assim podem e devem participar, dentro de seus alcances, dessa atitude de promover a dignidade humana (a sua própria e a das demais pessoas). Não é necessário ser como outras pessoas são, mas é absolutamente necessário que suas próprias ações pessoais, num trabalho de formiguinha, sejam ações “acordadas”, ações permeadas por pensamento crítico.
Como é esse pensamento?
É aquele que duvida do que é dado, que questiona e desobedece o fluxo de preconceitos estruturais, que a cada pequena ação de sua vida, tenta não estar na situação de maior conforto social, porque o conforto só existe para pessoas que pertencem aos recortes sociais hegemônicos. Então, quando você acorda, em seu dia, se, então, refaz o voto, consigo mesmo(a), de estar comprometido(a) com a sua própria dignificação e a de todos os seres humanos, daí podemos concluir que você está desenvolvendo pensamento crítico e sua trajetória tende a promover sua melhoria como ser humano. E você estará salvando a sua própria dignidade ao não ser mais um(a) opressor(a) (ativo ou passivo), e a dignidade de qualquer outra pessoa que cruze o seu caminho. Você aprenderá a se aprofundar, de forma viva e vivencial, no conceito de alteridade, de respeito, de coletividade, de altruísmo. E por sua ação responsável, nascida do seu pensamento crítico, menos violência acontecerá contra as pessoas que são alvo dos preconceitos. Menos exclusão, menos dor psíquica, menos desigualdade. Mais solidariedade, mais alegria, mais potência, mais paz.
Você quer se tornar um ser humano melhor? Salve!
Sonia Menezes
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Sonia Menezes é escritora e psicóloga clínica, especializada em telepsicologia. Com formação em Psicologia, conta com uma Extensão em Ética de Direitos Humanos, e é pós-graduanda em Antropologia e Psicologia Social , e também em Diversidade Sexual e de Gênero. Autora do livro “O Amor, o Amar e os Amantes – Uma conversa sobre relações mono e poliafetivas”. Idealizadora dos projetos:
*Rizoma – Psicologia e Saúde Integral
*Zeitgeist – Grupo de Reflexões sobre Tecnologia e Psicologia
*Co-criar – Mulheres da Mantiqueira
*LibertAmor – Estudos sobre Amor e Relacionamentos.
Amante da natureza, cultiva profundo respeito pela alteridade, solidarizando com os movimentos de libertação humana e libertação animal. Sonha com um mundo onde o sofrimento seja minimizado e acredita que o caminho é o despertar da consciência crítica.